segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Google revela bastidores do funcionamento da rede Jupiter

23/08/2015 06h00 - Atualizado em 23/08/2015 10h35
Filipe Garrett
por 
Para o TechTudo

Google tem uma rede própria chamada de Jupiter, composta de 100 mil servidores e que pode dar saída a 1 petabit por segundo de dados, o que significa que qualquer um dos servidores da rede pode se comunicar com qualquer outro a velocidades de 10 GB/s.

Esses dados sobre as entranhas da rede, que fazem as buscas do Google funcionarem de forma tão rápida, foram reveladas numa postagem no blog dedicado aos serviços de busca da empresa. Mais detalhes sobre a tecnologia foram mostrados numa conferência de telecomunicações, realizada em Londres


Rede Jupiter do Google conta com um total de 100 mil servidores, como os da foto, localizados no datacenter de Council Bluffs, no estado de Iowa, Estados Unidos (Foto: Divulgação/Google)Rede Jupiter do Google conta com um total de 100 mil servidores, como os da foto, localizados no datacenter de Council Bluffs, no estado de Iowa, Estados Unidos (Foto: Divulgação/Google)

Para você ter uma ideia, a demanda do Google por banda para que a rede funcione, e não sofra atrasos quando você a utiliza, dobra a cada ano. Isso significa que o processo de evolução dos sistemas que mantém a rede Jupiter funcionando está sempre em constante evolução. Prova disso é que a atual geração do datacenter é 100 vezes mais rápida do que a primeira, que passou a operar em 2005.
Esse regime constante de aprimoramento sobre o funcionamento da rede em busca de velocidade só é possível porque a Google tomou um caminho radical na hora de criar os sistemas que permitem que a sua rede se comunique com a Internet e entre si. Ao contrário do que é comum, a Google projeta e desenvolve seus próprios switchers (equipamentos que funcionam como roteadores na sua casa, responsáveis por estabelecer as pontes de comunicação em uma rede).
Ao decidir confeccionar seu próprio hardware do zero, a Google estabeleceu um ciclo de desenvolvimento que permite que o esforço bruto seja colocado sobre o software que roda os servidores e faz a rede funcionar, em vez do hardware, como é mais comum. Segundo Amin Vahdat, autor da postagem no blog da Google, o hardware de switches convencional é “manual e propenso a erros e não é possível usá-lo em escala de acordo com as nossas necessidades”. Além disso, os custos para manter switches comerciais em compasso com o crescimento vertiginoso das necessidades do Google seria impraticável.
Para dar conta da demanda, Google precisou desenvolver seus próprios switchers (Foto: Divulgação/Google)Para dar conta da demanda, Google precisou desenvolver seus próprios switchers (Foto: Divulgação/Google)
O processo todo não foi alheio a problemas. Por exemplo, a primeira geração da rede, batizada de Firehose 1.0 nunca foi utilizada comercialmente. Naquela versão, a Google tentou integrar os switchers aos servidores (seria como se você tentasse colocar o roteador da sua casa para funcionar dentro do seu computador), o que levou a uma série de falhas de hardware que inviabilizaram o uso do modelo.
Os bastidores do funcionamento da rede Jupiter sempre foram um mistério bem guardado pela Google. Até então, pouco se sabia sobre suas características. A divulgação desses detalhes sobre a operação da rede vem num momento em que a Google coloca à disposição de empresas seus serviços na nuvem.

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